Preferências e alimentação saudável
Atividade ao ar livre para crianças
Ao ar livre as crianças caminham em direção a um espaço criado com carinho, onde os materiais posicionados em um círculo têm em seu centro uma cesta contendo frutas diversas.
As crianças logo se recordaram do tema tratado em grupo e ressaltaram de quais frutas gostavam mais, que sabores, cheiros e texturas os agradavam.
Aquarelas, potes de água, canetas pretas, lápis de cor e de desenho e canetinhas são oferecidos para que elas possam escolher os riscantes para seus registros.
Aos poucos vão se aproximando dos materiais e observando a fruteira à sua frente. Cada criança tem um ângulo diferente.
Habilidades da criança
– Da onde eu estou consigo ver mais bananas. – diz Joaquim ao sentar-se em seu espaço.
-Eu já consigo ver mais maçã – complementa Gabriella.
Assim, percebem que seus lugares trazem ângulos diferentes da fruteira. Eles são convidados a trocar de posição com um colega se acharem pertinente, mas acabam aceitando os lugares em que estão.
-O que é para fazer? – pergunta Hayla
A professora logo retoma. – O que vocês acham que faremos aqui?
-Vamos pintar, ué! – diz Isabella segura da atividade à sua frente.
-Pintar o que? – responde a professora.
-Vamos desenhar a fruta que gostamos? – pergunta João.
A educadora retoma algumas descobertas sobre as frutas e que as crianças trouxeram algumas para a montagem de uma fruteira. Algumas imagens são dispostas ali para que observem os registros de observarão feitos por adultos e crianças, partindo do que eles viram ao observar uma fruteira. As crianças se animam e seus registros começam a aparecer por traz de seus olhares curiosos.
-Vou fazer as bananas, porque é mais fácil – diz Lorena.
-Eu gosto de bananas. – diz Lorenzo F., ao escolher ela para desenhar.
-Vamos olhando e desenhando, é isso?! – pergunta Lorenzo P.
A turma se conecta na observação e registro e em um grande silêncio. Foi possível ouvir o riscar dos lápis, observar o vai e vem dos pincéis.
Observamos a fruteira, o cheiro de algumas frutas invadem o ambiente. As crianças declinam seus olhares com admiração e fazem delicadamente o registro com cores e traços muito sensíveis.
REGISTRANDO…
Passado um tempo, as crianças foram convidadas a observar em outro ângulo, com essa troca de lugar, os registros mudam…
-Tem diferenças, porque cada um desenha de um jeito. – diz João.
-E cada um viu uma parte. – complementa Lorenzo P.
-É, eu não conseguia ver direito esse lado – Diz Gabriella ao ver o ângulo da amiga.
A troca vai acontecendo, onde de tempo em tempo as crianças mudam de lugar. Ao findarem todas as observações, cada criança se encarrega em pegar o desenho e caminhar até a professora que os orienta a colocar para secar num espaço reservado.
A experiência trouxe siginificado para este fazer, os olhares observadores e criadores conseguem ver cada traço e as diferenças dos alimentos expostos e, ao final, fizeram a degustação de cada uma delas.
“O significado não provém apenas do ver ou observar, ao contrário, ele é construído. […] A prática da documentação não pode, de modo algum, existir à parte do nosso envolvimento no processo”. (DAHLBERG, MOSS E PENCE, 2003, p. 193)