Em uma tarde ensolarada, tecidos, panelas, ferramentas, tubetes, pneus, cilindros e utensílios de cozinha serviram de apoio para as crianças darem continuidade aos diálogos e brincadeiras que foram surgindo no cotidiano.
Ao irem para o quintal, Maya e Júlia caminham em direção às panelas e começam a preparar uma deliciosa comida…
“Júlia, vamos preparar uma comida envenenada para o lobo?” – Maya
“Ele vai queimar a boca de tão quente” – Júlia
Um pouco mais adiante, Theodoro e Giovanna selecionam os tubetes e ripas de madeiras para construir uma armadilha. Com a armadilha pronta, colocam uma panela com um delicioso bolo para atrair o lobo.
“O lobo vai ficar com vontade de comer esse bolo e quando entrar aqui, ele vai ficar preso” – Giovanna
Enquanto isso, Laura e Antonella entram na caixa de areia e com o auxílio de uma panela e colheres preparam outro bolo…
“Esse é um bolo de pirulito, quando o lobo pular aqui dentro, ele vai queimar ” – Laura
“Vamos cobrir com esse pano para ele não ver” – Antonella
Em um outro canto do quintal, um outro contexto do brincar acontece, Gabriel, Felipe e Vinicius se empenham em deixar a casinha reforçada para obrigá-los caso tudo desse errado.
“Essa casa é forte!” – Vinícius
Novamente Maya, Júlia e Vicente decidem preparar mais uma armadilha. Com o auxílio de uma concha começam a cavar para fazer um buraco…
“O lobo vai cair aqui !” – Vicente
Com o buraco pronto, Júlia caminha pelo quintal à procura de algo, quando encontra logo diz: “ Vamos colocar isso em cima”, esticando um tecido em cima do buraco.
Quando, de repente, todos escutam um barulho e gritam: “É o lobo!!”
A correria toma conta. Bernardo começa a imitar o lobo e ao caminhar pelo espaço acaba caindo em uma das armadilhas, mas consegue escapar.
Neste momento, todos correm para o fundo do quintal e tentam se esconder do lobo, observando se ele iria cair em mais uma armadilha, mas o lobo caminha pelo espaço, desvia das comidas e corre em direção às crianças para pegá-las .
“As mini-histórias são histórias cotidianas que mostram sequências de ação e nos ajudam a perceber a complexidade de um contexto rico em atenção e relação. Essas possibilitam diariamente acompanhar a extraordinária transformação dos pensamentos das crianças.”
(Gambetti, Gandini, 2016)
Como é bom ser crianxa