O cotidiano das crianças de 4 anos é repleto de descoberta e desejo por aprender…
A proposta feita ao grupo foi uma deliciosa culinária que trouxesse o uso de ingredients muito conhecidos, ovos e bananas.
Então, em conversa com o grupo, a professor Amanda preparou o espaço e ingredientes para fazerem juntos uma panqueca de banana.
As crianças com seus questionamentos conheceram este alimento muito gostoso que utiliza em sua receita uma fruta muito querida entre nossa roda de frutas, a banana.
Todo processo de prepare e degustação foi vivenciado com entusiasmo. As crianças observaram cada ingrediente e a transformação de cada um em contato com o fogo, por exemplo.
Muita surpresa surgiu ao ajudarem neste preparo, enquanto apreciavam iam também aprendendo sobre alimentação saudável.
Observar, produzir, registrar, acompanhar o desenvolvimento, fazer novos registros é o que faz do processo de investigação algo que alimenta a curiosidade e o repertório de cada criança durante suas vivências na escola.
A roda de conversa na sala se inicia com a pergunta da professora:
– Quem aqui conhece a batata doce?
Com muita vontade de comaprtilhar, as mãos se levantam, teorias sobre aquele alimento.
Observando, as crianças vão construindo pensamentos… ROXA, DOCE, DURA, GRANDE…
A professora acalma a animação e repete o que ouviu, todos riem e Joaquim diz:
– É que a batata doce é grande, roxa, doce e dura, tudo junto!
Os demais concordam e a professora sugere:
– O que vocês acham de nós plantarmos as batatas para vermos como vai crescer?!
A animação toma conta da turma e ela acrescenta:
– Porém plantaremos na água!
– Na água? Mas planta precisa de terra! – diz João com ar de surpresa.
– Sim. – complementa a professora – mas faremos com que ela brote na água. Vamos tentar?! E em coro… “Simmmm”, explode em alegria!
A partir daquele momento, as crianças se reuniram no ateliê para este processo repleto de curiosidade. Encher o vidro de água e em seguida colocar a batata foi o primeiro passo. Mas o processo não acabava por ali. Uma folha dividida em quatro partes possibilitou que fosse registrado no primeiro espaço, como estava sua batata no dia de hoje.
O processo de observação a cada dia trouxe mais conhecimento, as crianças registraram a transformação da planta e se algo mudou desde o plantio.
– O que vai acontecer com a batata? – questionou Lorenzo P.
– O que você acha que vai acontecer? – retorna a professora
– Eu acho que ela vai criar raiz – responde ele
– Eu também acho! – apoia Isabella.
– E vocês acham que vai nascer folhas e flores?
– Sim! – respondem todos.
– E por onde vão nascer as folhas?
Kelvyn ressalta:
– Não tem galhos para nascer folhas…
– Interessante! – retoma a professor- Sem galhos não tem flores nem folhas?
– É! – diz João e completa – Só se nascer galho e folha e depois flor…
– Então teremos que esperar para ver. – diz a professora, enquanto os demias fazem seus registros.
O processo de investigação leva tempo e precisa de paciência. Muitos são os verbos… pesquisar, investigar, questionar, observar, registrar e, o mais importante, perceber que na natureza tudo tem seu tempo e nenhum processo pode ser acelerado. Os registros ganham forma e cores sobre os olhares curiosos das crianças do G4A.
A criança descobre a habilidade do desenho com suas garatujas, seus rabiscos e as primeiras formas, ela percebe determinado registro e o estabiliza repetindo-o em outras oportunidades. Por esse motivo, valorizamos o desenho da criança e sua importância para a construção de outros conhecimentos. Quando toma consciência de sua conquista, a criança descobre a possibilidade de representar os objetos e pessoas, então passa a desenhar brinquedos, a mãe, o pai, o cachorro, o amigo mais querido, personagens das histórias, dentre outros.
Como possibilidade de registrar através do desenho, as crianças da Primeiríssima infância- Arara azul- vivenciaram momentos em contato com o rico acervo cultural e de conhecimento humano no folclore brasileiro.
Com muita diversão em brincadeiras tradicionais, adivinhas e histórias, foi por meio do desenho com interferência que puderam explorar diferentes riscantes e possibilidades de criações gráficas.
As crianças sentem um grande impulso de explorar e descobrir por si mesmas a maneira como os objetos se comportam no espaço quando são manipulados por elas. Na fazendinha, objetos são dispostos, bacias, panelas, funis e muitas possibilidades para criar e descobrir o mundo. Neste percurso de explorar as possibilidades, as crianças passam a se perceber parte do contexto e, na medida que investigam, vão conhecendo a si mesmas.
Gael escolhe a panela e a concha que estão logo ali. Nesta faixa etária, as crianças apreciam muito mais materiais não estruturados e suas possibilidades do que brinquedos prontos.
Ele enche uma panela com areia utilizando a concha e há um cuidado na escolha de onde buscar a areia. Ora aqui, ora ali, observamos a lógica do seu pensamento ao esvaziar e preencher a panela vazia novamente com areia. Durante longos minutos ele faz sua pesquisa e se mantem concentrado em seu fazer.
Este espaço é propositor de exploração, o simbólico está muito presente nesta faixa etária e uma culinária é feita, Manuella, Melissa e Helena se concentram e escolhem os utensílios como bacias, panelas e colheres para iniciar os combinados das receitas que cozinharão.
Enchem as bacias e panelas de areia e folhas, revezando, uma depois outra, em um ritmo respeitoso nesse brincar das delícias, sendo a amizade o ingrediente secreto que traz os melhores sabores.
Narrativas vão surgindo…
Crianças: Helena 3 anos; Melissa 3 anos e Manuella 3 anos
“Tô mexendo minha comida com essa colher, pra não queimar!” Melissa
“Posso pegar um pouco, eu também vou fazer uma comidinha!” Helena
“Um pouquinho pra mim e outro pra você, pronto agora vai ficar gostoso!” Manuella
Dentro do tanque de areia, observo que Isaac vivencia uma pesquisa individual… Está imerso em seu fazer, vai colocando areia em uma forma utilizando uma pá até que a forma esteja totalmente cheia. Agora, ele se ajusta para desenformar, com todo cuidado e atenção, dá umas batidas na forma e depois segura com as duas mãos e vai levantando a forma. Há uma alegria satisfatória ao contemplar sua receita finalizada. Receitas que o imaginário enche de sabor!
“Ah que gostoso!” Diz Isaac.
Uma pesquisa muito potente…
Nesta manhã de exploração, observo que Julia se concentra e movimenta seu corpo para sentir a terra. Ela manuseia, envolve as mãos no chão com movimentos de enterrá-las, observa a areia cair por entre seus dedos e o quanto, mesmo tentando tirá-la, ainda fica presa em suas mãos e dedos. Agora, bate as mãos percebendo que a terra cai e nesse ritmo sem pressa ela o faz repetidamente. Assim, vai descobrindo o elemento em uma conexão de maravilhamento.
Observo que, assim como Julia, Rafael faz movimentos de enterrar suas mãos na areia, este elemento é muito apreciado pelas crianças deste grupo e ele observa como passa por seus dedos e cai no chão. Percebo que seu encantamento se dá enquanto enterra e tira as mãos da terra misturada à areia, ele não sente medo ou receio em explorar, quer sentir a textura e o faz com entusiasmo.
Com um sorriso de alegria a cada movimento de fluidez da areia, Rafael repete os movimentos, preenchendo e esvaziando as mãos… Um processo que requer tempo e disponibilidade da criança que está entregue à sua exploração!
E o inusitado acontece…
Matheus explora os materiais e os elementos dispostos, mas algo inusitado acontece. No caminhar de cá para lá e de lá pra cá, ele encontra uma bola amarela que provoca muita surpresa e alegria. E foi neste lançar de bola, correndo pelo quintal, que se revelou para nós as gargalhadas de um jogador.
“Tchu, tchu, tchu!” Sons feitos ao dar cada chute.
“E goool!” Diz, cheio de vibração ao correr como quem ganha um jogo!
Jogo simbólico… Minha filha
Com uma escuta ativa que potencializa a ação das crianças, percebemos que, mesmo ainda comunicando-se pouco verbalmente, as ações das crianças pequenas têm muito a nos contar…
Rafael, ao observar sua amiga Melissa em seu cuidado com a boneca, escolhe uma também. Uma bacia cheia de água com sabão e muita diversão o convida para o mundo do faz de conta.
“Essa aqui é minha filha que vai tomar banho!”
“Olha, Melissa, ela já tomou banho!”
“Agora a gente troca a roupa para passear, assim oh!”, diz Melissa.
Ambos se concentram neste brincar e no simbólico que os convida aos cuidados com sua “filha”…
A turma do 1º ano B vivencia no Ateliê a exploração sensorial e poética com a argila, há neste elemento infinitas formas de manuseio e para esse grupo, a argila já é familiar.
Nesta sessão de exploração, as crianças utilizam a argila para um registro tridimensional dos animais da fauna brasileira e neste percurso, foram narrando sua criação…
Estou fazendo a escultura do leão que é o rei da floresta!
Manuella Soares
Gosto do macaco prego! Os humanos precisam cuidar mais da natureza!
Yasmin
Estou fazendo a cobra coral que está em risco de extinção!
Manuella Felinto
Eu criei o tucano! Esse bichinho é lindo!
Aimê
Aqui é a onça pintada!
Arthur Pepino
Eu adoro o bicho preguiça!!!
Rafaela
Eu fiz a onça-pintada que está correndo risco de extinção!
Victória
Estou fazendo a cobra coral!
Gustavo
Estou fazendo o bicho preguiça!
Felipe
Eu fiz o lagarto marrom!
Eduardo
Eu adoro a arara vermelha, então resolvi criar uma feita de argila!
Gabriel
Eu criei um lobo-guará gigante!
Miguel
“Durante os primeiros anos de vida, as crianças desfrutam de um potencial único na relação com seu corpo, estando com os sentidos aflorados, gestos e movimentos fluidos, instigados pelas descobertas que promovem, através das quais formam sua consciência a respeito de si mesmo, dos outros e do mundo.”
Os contextos de pesquisa e investigação fazem parte do cotidiano do G5A, um grupo muito potente e curioso que de tempos em tempos encontra um questionamento para ampliar seus saberes, testar suas teorias e serem surpreendidos pelas novas descobertas.
Em um dia transitando pela escola, encontramos com a professora Fabiana, rapidamente o grupo percebe que a professora carregava algo dentro de um pote e prontamente Isadora questiona:
“Prô Fabi, o que é isso que você tem aí?”
A professora então mostra para o grupo e conta a história do porquê está com o pote.
“É uma cobra G5, ela apareceu morta no quintal da casa da minha mãe e eu trouxe para quem quisesse conhecer e ver…”
O Grupo se manifesta com muita euforia e animação: “EUUUU QUEROOOOOO, PRÔOOOO!!!”
Desta forma, decidimos planejar um momento de observação para que as crianças conhecessem o animal e pudessem compartilhar saberes ou criar teorias e hipóteses a respeito do curioso réptil. Então, as ideias e comprovações a respeito do animal começam a surgir:
Alice se expressa: “MEEEU DEEEUS! Olha aqui, eu já sei! Ela tem veneno e o veneno dela sai por aqui olha, só tem algumas partinhas brancas e esse é o veneno com certeza!”
Giovana responde: “Eu não sei não, olha o olho dela que diferente… é daqui então, ela é uma cobra que solta o veneno pelo olho!”
Helena Viana: “Ela só pode ter veneno mesmo! Aí que medo, nossa … vou ver ela daqui.”
Miguel: “Eu acho que ela é uma coba muito boazinha e animada!”
Marcela: “Ela não é muito grande né?… e tem um rabinho fininho.”
Isadora: “Olha como é o corpo dela com as cores, será que ela tem mesmo veneno, será que ela era perigosa?”
Mariah: “Eu amei ela, uma cobra bonita. Você viu o olho dela que diferente? O que aconteceu… será o veneno?”
Após suas primeiras impressões a professora prepara um momento de roda de conversa para que o grupo possa compartilhar seus conhecimentos, questionamentos e dúvidas para nortear uma pesquisa a respeito do animal.
“Contem para a Prô o que vocês perceberam ou querem compartilhar sobre a cobra!”.
Prontamente as hipóteses surgem, todos querem compartilhar suas ideias a partir da observação que lhes proporcionou tantos questionamentos e teorias ganham ainda mais força a partir da escuta ao outro, a troca de ideias sobre o réptil.
Luigi: “Essa cobra com essas cores é igual as cores do índio!”
Leonardo: “A reportagem que eu vi com esses bichos, sabe onde eles vivem? Só na África! As cobras daqui são diferentes das de lá.”
Novamente Luigicompartilha seus saberes:
“Eu acho que essa cobra é uma jiboia, a jiboia ela consegue até comer um porco! Ela pode ser uma serpente também porque só as serpentes tem a parte da cabeça assim (Puxa suas orelhas para representar o animal).
Gabriella: “Se ela é uma jiboia ela é muito forte sabe porquê? Porque ela consegue esmagar as pessoas.”
Alice: “No corpo dela tem veneno!”
Antonella: “Sabe de onde ela pode ter vindo? Da Santa Catarina.”
José Roberto: “Da santa Catarina ou da África ela pode ser perigosa, ou será que ela é sem veneno?”
São tantas curiosidades que a professora questiona o grupo sobre as informações e propõe: “Podemos fazer uma pesquisa para confirmar as informações que já temos e descobrir novas, o que acham?”
A empolgação toma conta do momento, muito curiosos dizem: “Vamos subir para pesquisar agora!”.
Um momento único, cheio de significados, boas e importantes contribuições para uma pesquisa que dialoga com os desejos das crianças de 5 anos como pequenas cientistas que são!
Os contextos de pesquisa e investigação fazem parte do cotidiano do G5B, um grupo muito potente e curioso que de tempos em tempos encontram um questionamento para ampliar seus saberes, testar suas teorias e serem surpreendidos pelas descobertas.
A professora Fabiana encontrou em seu quintal uma cobra, achou interessante e trouxe para a escola para que as crianças pudessem conhecer e investigar sobre o curioso réptil.
Curiosas e intrigadas, as crianças pediram para conhecer e saber mais. Ao transitar com o grupo do integral Pedro e Lucas observam, se aproximam e questionam:
Pedro: “PRÔOOOO… o que é isso? A tarde você vai deixar a gente ver?”
Lucas: “É uma cobra? Eu quero muito conhecer!”.
Para este momento, um contexto de investigação é preparado.
Rodolfo: “UAUUUUU é uma cobra de verdade, eu nem acredito!”
Catarina: “Aí meu Deus do céu, é uma cobra mesmo… Ela é tão linda e fofinha, nem acredito que vou ver de perto!”
Yasmin: “Ela é de verdade mesmo! Vou ver tudinho!”
Lorenzo: “CARACA MANOOO! É uma cobra…”
Bernardo: “Aí minha nossa, eu acho que tenho medo… “
Luca: “Eu achei muito legal!”
Chiara: “Eu nunca tinha visto uma cobra assim …”
Após a observação, a professora proporciona um momento de roda de conversa para que as crianças apresentem seus pensamentos, suas teorias e saberes. Ao questionar o grupo, prontamente Bernardo diz: “A cobra é um tipo de dinossauro!!!”
Pedro: “Parece mesmo um dinossaurinho… haha”
Rodolfo: “A cobra tem escamas!”
Após a afirmação do Rodolfo, a professora questiona o grupo:
“Muito bom! Quem sabe o que são escamas?”
Catarina: “Escamas é um tipo de pelos… Eu vi e percebi direitinho.”
Bernardo: “São as que não ficam no mato e não embaixo da água.”
Luca: “É, algumas ficam na água!”
Rodolfo: “É, é a cobra jiboia …”
Lucas: “Nossa, tem as duas cobras… tem da água e do mato!”
Professora: “AAH… a cobra jiboia é da água? Por que você acha que a jiboia é aquática?”
“Porque a cara dela ser da água … ela é uma ji- boia, ela boia! Boia é pra boiar na água!”
Um momento único, cheio de significados, boas e importantes contribuições para uma pesquisa que dialoga com os desejos das crianças de 5 anos como pequenas cientistas que são!
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
–“Pode pisar?!” – Pergunta Lorenzo ao se deparar com o chão de terra molhada.
Ele ainda resiste com uma pequena aflição de sentir o pé na superfície arenosa. Mas, mesmo assim, queria explorar o que há ali. Lorenzo começou a nadar nas pontas pelo calcanhar, até se sentir seguro em traçar aquele caminho. A bacia colocada no fundo do quintal cheia de água foi o que o convidou para colocar, aos poucos, colheres de areia e terra. Ainda em pé, sem se sentar no chão, usava a colher de pau e mexia os “ingredientes” e a mistura ganhou uma cor marron, barrosa.
Algumas bolinhas são somadas a brincadeiras e ele fazia com que a colher fosse um apoio para tirá-las e colocá-las novamente dentro da bacia.
O movimento circular foi repetido várias vezes, até ele preferir andar pelos tocos de madeira evitando o chão de terra. Idas e vindas até o galinheiro, observar o que os amigos faziam, tocar no chão de cima dos tocos evitando o contato com os pés na terra. Para ele, familiarizar-se com esse espaço levou tempo, mas fez parte de descobertas e do desenvolvimento de cada criança. Nosso papel é proporcionar vivências nesse espaço, conhecer novos elementos e viver o brincar livre como direito da criança.
Mini-história: Joaquim
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Joaquim encontra sementes no chão, começa a juntá-las num cantinho, mas percebe que a terra esconde muitas outras, então ele separa uma panela para poder coletá-las. O olhar atento busca, uma a uma, as sementes pelo chão, ele as recolhe e coloca na panela.
Com cuidado, ele lava as sementes com muito barro numa poça ali perto. A professora o questiona:
–Vocês está colhendo sementes?
–Sim! – ele responde com os olhos ainda voltados para a terra – elas serão meus ingredientes. Eu gosto de sementes…
A busca por mais utensílios de cozinha fazem com que ele inicie sua brincadeira de cozinhar, usando as sementes que coletou. A bacia ajuda a trazer água para um buraco perto dele, a panela agora parece pequena para sua receita, então ele busca uma maior e despeja as sementes dentro dela.
Com a escumadeira, ele tenta trazer o líquido da poça até a panela. Ele parece frustrado, a água escorre pelo vão e não consegue encher a panela.
–Ah… – diz ele desanimado.
–Talvez essa não funcione porque tem furos, tente outro objeto. – Sugere a professora.
Ele busca com o olhar ao redor e testa algumas possibilidades dando sua opinião, tenta a colher de pau.
–Essa vai demorar muito…
Em seguida, ele resolve usar uma peneira. Essa parece dar certo, mas a água escoa rápido também, deixando dentro apenas a lama grossa. Mas percebemos que surge uma ideia e ele busca a concha:
–“ Perfeito!” ele exclama.
A concha sobre a peneira derrama a água que “filtra” a lama permitindo que apenas o líquido entre na panela. Ele repete o movimento várias vezes e observa sua receita. Parece satisfeito. A panela está cheia, cheia de descoberta, de vivência e de imaginação. Assim, Joaquim brinca, mexe sua receita e sente o prazer de estar livre para brincar.
Mini-história: Lorena
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Lorena pisa no chão molhado de barro, mas não quer se sujar, a areia gruda nos pés e ela os observa.
– Pode sujar? – ela pergunta ainda receosa.
A professora incentiva.
– Pode brincar, nãotemproblema se você se sujarenquantobrinca.
Ela parece aceitar, olha de longe os amigos sentarem na lama e cozinharem uma papinha de brincadeira, mas não parece confortável em estar ali. Opta pela mesma ideia de cozinhar algo, mas prefere ir até o tanque de areia.
Com a ajuda de uma panela, pega um punhado grande de areia, mas a areia que gruda nas mãos e nos pés a incomodam. E ela busca o que coletou para o lado de fora do tanque, e ali coloca uma quantidade num pratinho arrumando com a colher de pau.
– Tô fazendocomidinha. – diz ela para a professora.
– Hum, parecegostoso, o que é?
–Comida, mas de mentirinha, vocênãopode comer de verdade.
Fica por longos minutos representando o cozinhar num jogo simbólico.
A brincadeira continua, desta vez ela traz para um cantinho e diz que ali é seu fogão. A pequena chaleira vai se enchendo de areia.
– Tô fazendochá. – Diz ela enquanto coloca as colheradas de areia e a tampa.
A professora pergunta:
– Vocêquerágua para fazer o chá?
Ela olha ao redor, a água parece a incomodar quando misturada na areia.
– Não, elavaigrudar. – diz ela em resposta.
– Estábem, entãovocêqueroutracoisa para ajudar no chá?
–Não, esse é o açúcar. – comenta ela ao colocar mais conheradas de areia dentro da chaleira.
A panelinha ao lado também ganha sua porção e, assim, ela vai criando um ambiente lúdico de cozinha. Sua imaginação voa longe, ela gosta de manusear e faz do momento algo muito rico, simbolizando uma brincadeira.
Mini-história: Isabella, João, Kelvyn e Lorenzo P.
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Muito curiosa para explorer, Isabella pede a bacia emprestada de um amigo. Ela observa a grande poça de lama no chão, quer se sentar na
poça, mas fica desconfortável… a bacia passa a ser um bom barco. Na imaginação ela avisa os amigos:
– Estounavegando!
Os amigos sorriem. Kelvyn chega perto da poça e percebe que não parece tão funda para um barco. As mãos submersas na lama
sentem a temperatura.
–A lama estáfriaembaixo, mas quenteemcima. – percebe ele, levantando as calças para cima, evitando sujar na lama.
João se aproxima com colheres de pau e um copo plástico.
João demonstra muita intimidade com a lama, senta-se com um copo e colhe um pouco dela, observa o movimento, o peso… Então, surge a ideia e ele pede à amiga:
– Isa, vamos fazer de conta que a bacia é uma panela, vamos fazer uma grande receita.
A amiga concorda e Kelvyn entra da brincadeira trazendo com outra bacia com areia, mais água, lama para que a receita vá tendo mais consistência.
A lama se torna algo bem convidativo, as crianças começam a formar pares na brincadeira.
Lorenzo, então, sugere que mexam para misturar mais, e acaba por buscar algumas pedrinhas para incrementar a receita.
– Vamos cozinhar num forno para ficargostoso– diz Lorenzo aos amigos. Todos concordam com a ideia e juntos se organizam para levar a pesada bacia até um local que seria o forno.
” A união faz a força”, foi essa a frase que se encaixou perfeita naquele momento. A ideia de um amigo uniu à vontade de criar e, juntos, cada um contribuiu, como também uniram forças para levantar a bacia.
Nesta parceria, o grupo de amigos se organizou para que ninguém fosse mais rápido que o outro e conseguissem mover a pesada bacia com a receita feita por eles.
Momento de muita troca e cooperação entre o grupo!
Nas experiências de Ateliê de investigação, as crianças da turma do G4B estão observando o crescimento da uma batata-doce na água. Os cuidados com a planta e as observações são feitas semanalmente e permitem muitas descobertas. Ao longo das semanas, o grupo vem observando as transformações provocadas pelo aparecimento de raízes, pequenos caules e novas folhas. Daqui em diante, iremos compartilhar as observações e registrar este processo.
Na primeira semana foi uma surpresa questionarem se a planta cresceria ou não na água. As crianças traziam dúvidas e curiosidades: – Joaquim: “Prô, eu duvido crescer folhas aqui!”
Ao longo de três semanas, já era possível observar as transformações, as folhas começaram aparecer…
1ª semana3ª semana
“Minha batata tem caule, prô.”
Heitor
“Nossa, cresceram mesmo as folhas!!!”
Joaquim
“Que linda minha batata!”
Lívia Vasconcellos
Roda de conversa sobre este processoAs crianças trocando suas experiênciasAs batatas-doce em evolução