GANHAMOS UMA LAGARTA

As rodas de conversa fazem parte da rotina das crianças da Primeiríssima infância, este é um momento de escuta para as percepções das crianças sobre seus sentimentos, sobre a rotina e para compartilhem suas vivências através de um rico repertório construído dentro e fora do ambiente escolar.

Em um desses momentos, Vitor compartilha empolgado para o grupo:

“Vocês não sabem… na árvore da minha casa está FORRADO DE LAGARTA!!!”

O grupo logo se anima e interage com muita curiosidade:

Rafael pergunta:

“Vitor, você pegou ela na mão?”

Matheus:

“Ela morde? Porque eu acho que ela morde, credo cara … aí machuca!”

Theo compartilha:

“Eu já vi uma lagata!”

O grupo fica animado e, a partir das teorias, iniciamos uma breve conversa sobre o bichinho.  Para nossa surpresa, a família do Vitor nos pergunta se gostaríamos de receber uma lagarta para conhecê-la e vivenciar com o grupo esse lindo processo. As crianças aceitam!

Na entrada da semana seguinte recebemos a lagarta, como se expressou a Manuela:

“Como ela é fofinha… da vontade apertar! A gente vai cuidar muito bem dela, né prô?!

Gael empolgado reage:

“VITU … você trouxe uma lagata, a gente ganhou ela!”

Raul observa atentamente e questiona:

“ Mas ela não fica só lagarta .. ela vira outro bicho que é a borboleta!”

Miguel afirma:

“Ãoooo, é a lagata Aul!”

Vitor afirma: “É verdade, ela se transforma, mas eu ainda não vi porque na minha casa não virou nenhuma. Eu acho que ela demora!”

Ravi: “AAAAAH eu queria vê!”

Então, iniciamos uma pesquisa com o grupo para compreender esse processo e como poderíamos descobrir quanto tempo demoraria e quais as transformações que surgiriam nesse processo?

Para acompanhar, as crianças têm registrado suas observações a cada mudança e foi feito um calendário coletivo para contagem dos dias em cada fase, além do registro diário feito por uma criança com detalhes observados. Até a chegada do grande dia, uma borboleta surge do casulo, como em um espetáculo e a surpresa inesperada aconteceu em uma segunda-feira.

Maravilhadas as crianças puderam perceber o ciclo de vida e o quanto é preciso espera, paciência e cuidado para que ele se completasse. Os últimos registros e relatos aconteceram e o bichinho foi solto na natureza.

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