Nosso pé de amora

Em cada manhã ensolarada do mês de setembro muitas memórias foram criadas pelo grupo da Primeiríssima Infância A, em meio às cores, cheiros e sabores, debaixo do nosso pé de amora.


No chacoalhar da nossa árvore em meio a brisa ou no balançar intencional, logo a colheita teve início, sorrisos e entusiasmo ao tingir as mãos e dedos selecionando a melhor fruta.

Em uma das colheitas, o grupo foi convidado para observar as folhas, galhos, frutos, sua coloração e realizar um registro aos pés da amoreira.


DEBAIXO DO PÉ DE AMORA
Autora: Profª Bianca de Macedo


DEBAIXO DO PÉ DE AMORA
TEM UM MUNDO INFINITO
COM CORES, CHEIROS E SABORES
DIVIDIDO ENTRE OS AMIGOS
SELECIONAR AS MADURAS
FICAR NA PONTA DO PÉ
VENCER OS DESAFIOS
TINGIR A PALMA DA MÃO

QUANTAS MEMÓRIAS LINDAS DESSE MOMENTO FICARÃO?

É SABOR DE AMORAS
É SABOR DE INFÂNCIAS
QUE SORTE QUE AINDA

HÁ LUGAR E TEMPO
DE SER CRIANÇA!


Procura -se o Saci!

No dia 22 de agosto comemoramos o Dia do Folclore Brasileiro e, no decorrer deste mês, a Primeiríssima Infância A conheceu uma grande parte das histórias e lendas, deixando todos fascinados, da Mula – sem cabeça, ao Curupira, o Boto -cor – de – rosa, Sereia Iara, entre outros e o tão amado Saci.

A grande surpresa iniciou-se ao descobrirem que ele nasceu de um bambu, assim como sua rapidez, agilidade, suas travessuras e bagunças, e que dificilmente ele pode ser capturado.

Através das lendas contadas, as crianças adentram o mundo da imaginação e muitas teorias surgem…

Lucas Pignatari prontamente diz: “Olha, eu acho que o Saci passou na minha casa, meus brinquedos tava uma bagunça”

 Joaquim também se identifica com a situação e diz: “Ô Pô, Ô Pô, na casa do Joca também”

Theo sugere: “Será que ele passou aqui, Pô Soulen? Olha os blinquedos!”

No término da leitura todos permaneceram sentados no tapete e Ravi sugeriu: “Vamos fazê uma amadilha pro Saci?” Lucas prontamente aceita, Rael diz: “Ele vai enta pela janela”

 Luna começou a procurar pela sala itens para criar a armadilha. Colocaram obstáculo na porta para anunciar sua entrada com o barulho, amarraram elástico aos brinquedos e pela sala…No período de lanche, Lucas e Luna compartilharam com os amigos de outros grupos verbalmente sobre a armadilha que criaram e a desconfiança que o Saci estaria “passeando” pela escola e por suas casas. A notícia então começou a se espalhar.

Mediante a desconfiança de sua presença pela escola, a PI criou dois cartazes para ajudar a  divulgar nossa procura, cada criança contribuiu com uma parte do desenho e a professora foi a escriba da frase, sugerida pelo grupo.

No decorrer dos dias, muita procura e sinais de suas travessuras e bagunças, foram relatados pelo grupo da PI em suas casas, trabalho dos pais e pela escola, tudo que estava fora do lugar ou se perdia, a pergunta era unânime: “Será que foi o Saci?”

A imaginação das crianças voou longe, buscando pistas, questionando os colegas se encontraram algum vestígio da presença desse garoto sapeca pela escola e convidamos todos para uma caçada pelos espaços da escola.

Reunimos todos os grupos e levantamos um questionamento a eles, caso o encontrassemos:  “Algum de vocês gostaria de ficar preso em uma garrafa ou em uma peneira?” , prontamente todos responderam que não. 

Desta forma, enfatizamos com o grupo que capturar o Saci e mantê-lo preso, não é uma atitude respeitosa, mas sim, o deixarmos livre, para explorar, viver… E todos concordaram!

Assim como temos na escola, compartilhamos com o Saci alguns combinados para que ele não bagunce nossas salas ou espalhe os brinquedos, livros e desde então tudo deu certo! 

A lenda do Saci passou de geração em geração, mantendo-o recluso como resultado de suas traquinagens de menino, mas estamos ressignificando sua história, como deve ser, deixando-o ser livre para explorar, brincar e o tratando com o respeito que todos devem ser tratados e merecem!

Ateliê de tinta natural 

Em uma manhã repleta de possibilidades de explorar, as crianças da PI aguçam os sentidos neste Ateliê. Enquanto usam a criatividade, desenvolvem habilidades também, no traçado, na mistura de texturas e nos movimentos necessários para sua produção.


Cores que vêm da natureza e corpos que mergulham nesses infinitos

O café e a cúrcuma foram os elementos naturais que iniciaram uma manhã de descobertas e de exploração para o grupo PI Elefante. Em meio a cores, aromas e texturas, ao sentar-se em nosso espaço para vivência, os olhos atentos e curiosos das crianças levantavam hipóteses sobre cada elemento.



Na infinidade de hipóteses trazidas pelo grupo, a professora Suelen explicou sobre os elementos naturais, café e cúrcuma, descobriram juntos de onde eles vêm e como utilizamos em nosso dia a dia.

Logo em seguida, os olhos atentos e cheios de entusiasmo, iniciaram a exploração, sentindo a textura dos elementos nos dedos, o tingir da pele, mãos e pés, criando traços e marcas no tecido e no corpo. O aroma também chamou atenção, cada mistura do pincel com água ou a junção dos elementos potencializou descobertas e movimentos que trouxeram sentido à experimentação. Um campo infinito de sensibilidade na exploração!


Habitar o espaço da escola…meu lugar!

Nosso Projeto Meu Habitar no mundo é um convite para a exploração das crianças da P.I. nessa fase inaugural de suas vidas na escola e também no mundo que as cerca em contextos de aprendizagens significativos e muito potentes.

Nosso olhar de educadoras é pensando nos ambientes convidativos, nas relações que se construirão ali entre pares, com objetos e a materialidade. As linguagens da infância se fazem presentes na arte, investigação e pesquisa.

O Grupo da P.I Elefante da professora Suelen iniciou esse precioso projeto explorando nosso Quintal Cantareira e toda a vegetação presente na escola, em roda de conversa demos escuta às crianças que destacaram suas observações e, em meio às suas observações sobre as plantas, árvores e jardim da escola, constataram que temos poucas flores por aqui. 

A partir dessa percepção, convidamos o grupo para contribuirmos com a beleza do nosso espaço, através do cuidado com a natureza, mas transformando a escola em um lugar mais florido realizando o plantio de flores. 

As flores escolhidas foram Girassóis e Venídio laranja, após preparar e cavar a terra, o grupo fez o  plantio das sementes, as cobriram de terra e adubo.

Ao final, o grupo foi convidado para registrar essa vivência tão importante e significativa!

Diariamente temos cuidado deste plantio, acompanhando de perto o ciclo de crescimento das plantas esperando ansiosos pelo processo do florescer…

O nome do grupo

A escolha do nome compõe a identidade e foi a partir do nosso Projeto África – Berço da Humanidade- que selecionamos os principais animais da Savana, abordamos com o grupo o que é uma savana, quais animais ali residem e suas características. Para crianças da PI, esses primeiros saberes trazem muito encantamento e, observando imagens de animais, puderam   apoiar a escolha.

No decorrer dessa construção, cada uma já se antecipava em suas preferências, o que mais gostava, o mais “forte”, o mais feroz, o mais “fofulinha”, em roda de conversa.



Então, partimos para uma pesquisa específica sobre o animal escolhido, após esse momento convidamos o grupo para construção do nosso bastidor, uma produção que informa nossa identidade. Permitimos que as crianças participassem ativamente na ideia dessa construção, livres para usar a imaginação, expectativas, expressas em cada olhar e falas.

Através de cada traço do pincel no tecido, a pele do nosso elefante foi tomando forma, assim como suas orelhas, olhos com características únicas que foram escolhidos entre tantos materiais naturais e botões e, para finalizar, uma tromba “bem grande” e as bochechas de sementes vermelhas…

As mãos das crianças deram vida ao nosso querido representante, que hoje embeleza a porta da nossa sala!

Bem-vindos ao PI – Leão!

DURANTE O MÊS DE FEVEREIRO, AS CRIANÇAS DA PRIMEIRÍSSIMA INFÂNCIA PASSARAM PELO PRIMEIRO MOMENTO DE DECISÃO COLETIVA, ESCOLHER O NOME DO GRUPO.

ESSE ANO IREMOS NOS APROFUNDAR NA HISTÓRIA E NA CULTURA AFRICANA/AFRO-BRASILEIRA. DURANTE UMA RODA DE CONVERSA, INFORMAMOS QUE O TEMA DE INVESTIGAÇÃO PARA A ESCOLHA DO NOME DOS GRUPOS SERIAM OS ANIMAIS DA SAVANA.

INICIAMOS NOSSA CONVERSA APRESENTANDO PARA AS CRIANÇAS ALGUNS ANIMAIS DA SAVANA . OS BIG FIVE.

BIG FIVE DA ÁFRICA – OU OS “CINCO GRANDES”  EM PORTUGUÊS- É O NOME DE UM GRUPO DE ANIMAIS AFRICANOS COMPOSTO PELO LEÃO, O LEOPARDO, O RINOCERONTE, O BÚFALO E O ELEFANTE.

ESSES 5 ANIMAIS ERAM CONSIDERADOS OS MAIS DIFÍCEIS DE SE CAÇAR, LEVANDO DIVERSOS CAÇADORES PROFISSIONAIS, ENTUSIASTAS, FAMOSOS E, ATÉ MESMO PRESIDENTES AMERICANOS AO CONTINENTE, COM A MISSÃO E O DESAFIO DE CAPTURAR UM DELES.

PORTANTO, O TERMO BIG FIVE, COMO MUITOS PENSAM, NÃO ESTÁ RELACIONADO COM O TAMANHO DOS ANIMAIS, MAS SIM COM O GRAU DE DIFICULDADE NA CAÇA E O PERIGO DA OPERAÇÃO, O QUE OS TORNOU OS “TOP 5”, ANIMAIS MAIS DESEJADOS POR CAÇADORES.

ENFATIZAMOS PARA AS CRIANÇAS QUE, FELIZMENTE, ATUALMENTE A CAÇA DOS ANIMAIS NA ÁFRICA É ILEGAL. ASSIM, OS ANIMAIS DO BIG FIVE ENTRARAM EM UMA ERA DE PROTEÇÃO DE ONDE NÃO DEVEM MAIS SAIR. AO VISITAR O CONTINENTE, AINDA É POSSÍVEL SE DEPARAR COM ANIMAIS DESSAS ESPÉCIES E APRECIAR A BELEZA DE LONGE.

NA SEQUÊNCIA, CADA CRIANÇA PÔDE VOTAR NO SEU ANIMAL “PREFERIDO”.

NA SEQUÊNCIA, AS  CRIANÇAS FORAM CONVIDADAS A CRIAREM O BASTIDOR QUE REPRESENTARIA O NOSSO GRUPO E O ANIMAL ESCOLHIDO.

EM CONSENSO, ESCOLHERAM A COR PARA PINTAR O BASTIDOR, QUAIS SEMENTES IRIAM CONSTITUIR OS OLHOS, O FOCINHO, A BOCA E, POR FIM, OS PÊLOS DA JUBA.

ENTÃO, AGORA, SOMOS P.I TURMA DO LEÃO!

NOSSO PRÓXIMO PASSO É PESQUISAR MAIS SOBRE ESSE FELINO E DESCOBRIR FATOS CURIOSOS SOBRE ELE.

GOSTARAM DO NOME?


Madalena Freire

NOVAS POSSIBILIDADES: papel reciclado com flores e folhas 

As crianças do P.I. A vivenciam por meio das propostas e vivências cotidianas o contato e a relação com a natureza. 

Em meio aos espaços, as crianças pesquisam, constroem saberes e desenvolvem um senso crítico e de observação das mudanças de cores, formas, traçados, texturas e as transformações que acontecem em um mesmo elemento. 

A partir dessa percepção o grupo testou uma nova possibilidade, criar um registro sobre um papel reciclado, um papel da natureza! 

As crianças colheram pela escola os elementos curiosos com formas e traçados diferentes. Após esse processo, reciclamos folhas usadas da escola, como papel e caixa de ovos,  e então fizemos a mistura. 

Por meio dessa produção, houve a construção de ideias sobre o que seria bom para o meio ambiente, ampliando repertório e construindo criticidade no pensamento de cada uma delas sobre a natureza e suas transformações. 

GANHAMOS UMA LAGARTA

As rodas de conversa fazem parte da rotina das crianças da Primeiríssima infância, este é um momento de escuta para as percepções das crianças sobre seus sentimentos, sobre a rotina e para compartilhem suas vivências através de um rico repertório construído dentro e fora do ambiente escolar.

Em um desses momentos, Vitor compartilha empolgado para o grupo:

“Vocês não sabem… na árvore da minha casa está FORRADO DE LAGARTA!!!”

O grupo logo se anima e interage com muita curiosidade:

Rafael pergunta:

“Vitor, você pegou ela na mão?”

Matheus:

“Ela morde? Porque eu acho que ela morde, credo cara … aí machuca!”

Theo compartilha:

“Eu já vi uma lagata!”

O grupo fica animado e, a partir das teorias, iniciamos uma breve conversa sobre o bichinho.  Para nossa surpresa, a família do Vitor nos pergunta se gostaríamos de receber uma lagarta para conhecê-la e vivenciar com o grupo esse lindo processo. As crianças aceitam!

Na entrada da semana seguinte recebemos a lagarta, como se expressou a Manuela:

“Como ela é fofinha… da vontade apertar! A gente vai cuidar muito bem dela, né prô?!

Gael empolgado reage:

“VITU … você trouxe uma lagata, a gente ganhou ela!”

Raul observa atentamente e questiona:

“ Mas ela não fica só lagarta .. ela vira outro bicho que é a borboleta!”

Miguel afirma:

“Ãoooo, é a lagata Aul!”

Vitor afirma: “É verdade, ela se transforma, mas eu ainda não vi porque na minha casa não virou nenhuma. Eu acho que ela demora!”

Ravi: “AAAAAH eu queria vê!”

Então, iniciamos uma pesquisa com o grupo para compreender esse processo e como poderíamos descobrir quanto tempo demoraria e quais as transformações que surgiriam nesse processo?

Para acompanhar, as crianças têm registrado suas observações a cada mudança e foi feito um calendário coletivo para contagem dos dias em cada fase, além do registro diário feito por uma criança com detalhes observados. Até a chegada do grande dia, uma borboleta surge do casulo, como em um espetáculo e a surpresa inesperada aconteceu em uma segunda-feira.

Maravilhadas as crianças puderam perceber o ciclo de vida e o quanto é preciso espera, paciência e cuidado para que ele se completasse. Os últimos registros e relatos aconteceram e o bichinho foi solto na natureza.

FOLCLORE 

Durante todo o ano contemplamos as lendas e contos da cultura popular brasileira e valorizamos as manifestações artísticas que envolvem a temática do que é o folclore.

Neste sentido, no mês de agosto, o grupo da Primeiríssima Infância A esteve envolvido em contextos de aprendizagem que trouxe personagens presentes nas lendas para o foco das vivências.  

Ao conhecerem e revisitarem a história do Saci, personagem ágil e levado, as crianças demonstraram muito interesse por saberem mais. 

Os dias foram marcados pelo sentimento de euforia para descobrirem onde encontrá-lo, pela fantasia presente nas buscas pelos espaços da escola e por um desejo do grupo em ensinar coisas novas ao menino Saci Pererê.

Assim, deixamos pela escola recados para ele, alguns na tentativa de as crianças ajudarem-no a compreender o que seria uma relação respeitosa e de amizade, convidando-o a ser amigo do grupo. 

Em meio às rodas de leitura das histórias com as travessuras do Saci, surgiram discussões sobre como as crianças o percebem a partir da observação das características físicas do menino e foi possível também muitas reflexões sobre a diversidade presente nessas lendas. 

Após a escrita de uma lista com as observações das crianças, tendo a professora como escriba do grupo, o convite para um ateliê onde registraram tridimensionalmente o personagem utilizando o elemento argila. Um registro rico em detalhes, com uma percepção individual de cada criança e encantamento sobre essa vivência.