No cotidiano da Educação Infantil as aprendizagens envolvem o desenvolvimento social de cada criança, sua identidade e compreensão da individualidade. Reconhecer o nome próprio é uma forma de cada criança estar no espaço da escola, como indivíduo social.
Aqui no grupo do G4A da professora Beatriz, aprender sobre o nome próprio acontece de forma natural, leve e durante as brincadeiras e, nesta proposta, as crianças exploram as letras que o compõe através do jogo com o alfabeto móvel. As letras móveis proporcionam liberdade e leveza para que as crianças explorem e, com o apoio da tarja do nome, elas o fazem com muita segurança.
“Conforme vivem suas primeiras experiências sociais (na família, na instituição escolar, na coletividade), constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros, diferenciando-se e, simultaneamente, identificando- se como seres individuais e sociais.
Ao mesmo tempo que participam de relações sociais e de cuidados pessoais, as crianças constroem sua autonomia e senso de autocuidado, de reciprocidade e de interdependência com o meio”.
Ao realizarmos uma pesquisa sobre os povos indígenas, as crianças do G4 A descobriram brincadeiras tradicionais destes povos e também sobre a origem da peteca. A partir disso, surgiu o convite para a produção de uma peteca com elementos naturais coletados pela escola.
Luiz deu uma ideia “Vamos pegar as folhas do quintal!” E, juntos, fomos à procura das folhas pelo jardim e quintal Cantareira.
“Achei uma folha verde para nossa peteca, amigos.”
Lavinia
Na construção, selecionamos os materiais necessários, engajadas com uma produção bastante inusitada, as crianças separaram areia, escolheram o tecido da juta e cisal para amarrar.
E então passamos para a fase de testes de como fariam para a peteca ser funcional:
“Acho que está boa agora, Prô”
Enzo
“Tá bem fofinha”
Miguel
“Bate com a mão embaixo…”
Melissa
Jogar peteca é uma brincadeira que muitos conhecem e é bastante divertida Através deste processo de produção da própria peteca, as crianças do G4 ampliaram seus saberes acerca de brinquedos e jogos que podemos criar usando elementos naturais. O exercício de criar seus brinquedos é muito importante para a infância, a ausência de brinquedos prontos estimula a criatividade e imaginação.
O brincar conecta gerações, culturas, povos e auxilia na aprendizagem de forma criativa, alegre e leve.
A escolha do nome faz parte da construção da identidade da turma e auxilia as crianças a ampliarem seu repertório do mundo ao seu redor. Nesse ano, escolhemos a temática “Árvores do Brasil” para nortear a escolha.
Após explorar nossa escola e conhecer as árvores que já haviam no colégio, o grupo também pesquisou um pouco mais sobre as mesmas.
Em roda de conversa e por meio de votação, o grupo escolheu a MEXERIQUEIRA, árvore que temos no nosso quintal no colégio e então as crianças partiram para a produção.
“Como pode de uma sementinha tão pequena nascer uma arvore né Prô?”
Melissa, 4 anos e 9 meses.
“Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem positiva de si e de seus grupos de pertencimento. Isso, nas diversas experiências de cuidados, interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto familiar e comunitário”. (Direito de conhecer-se- BNCC)
Observar, produzir, registrar, acompanhar o desenvolvimento, fazer novos registros é o que faz do processo de investigação algo que alimenta a curiosidade e o repertório de cada criança durante suas vivências na escola.
A roda de conversa na sala se inicia com a pergunta da professora:
– Quem aqui conhece a batata doce?
Com muita vontade de comaprtilhar, as mãos se levantam, teorias sobre aquele alimento.
Observando, as crianças vão construindo pensamentos… ROXA, DOCE, DURA, GRANDE…
A professora acalma a animação e repete o que ouviu, todos riem e Joaquim diz:
– É que a batata doce é grande, roxa, doce e dura, tudo junto!
Os demais concordam e a professora sugere:
– O que vocês acham de nós plantarmos as batatas para vermos como vai crescer?!
A animação toma conta da turma e ela acrescenta:
– Porém plantaremos na água!
– Na água? Mas planta precisa de terra! – diz João com ar de surpresa.
– Sim. – complementa a professora – mas faremos com que ela brote na água. Vamos tentar?! E em coro… “Simmmm”, explode em alegria!
A partir daquele momento, as crianças se reuniram no ateliê para este processo repleto de curiosidade. Encher o vidro de água e em seguida colocar a batata foi o primeiro passo. Mas o processo não acabava por ali. Uma folha dividida em quatro partes possibilitou que fosse registrado no primeiro espaço, como estava sua batata no dia de hoje.
O processo de observação a cada dia trouxe mais conhecimento, as crianças registraram a transformação da planta e se algo mudou desde o plantio.
– O que vai acontecer com a batata? – questionou Lorenzo P.
– O que você acha que vai acontecer? – retorna a professora
– Eu acho que ela vai criar raiz – responde ele
– Eu também acho! – apoia Isabella.
– E vocês acham que vai nascer folhas e flores?
– Sim! – respondem todos.
– E por onde vão nascer as folhas?
Kelvyn ressalta:
– Não tem galhos para nascer folhas…
– Interessante! – retoma a professor- Sem galhos não tem flores nem folhas?
– É! – diz João e completa – Só se nascer galho e folha e depois flor…
– Então teremos que esperar para ver. – diz a professora, enquanto os demias fazem seus registros.
O processo de investigação leva tempo e precisa de paciência. Muitos são os verbos… pesquisar, investigar, questionar, observar, registrar e, o mais importante, perceber que na natureza tudo tem seu tempo e nenhum processo pode ser acelerado. Os registros ganham forma e cores sobre os olhares curiosos das crianças do G4A.
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
–“Pode pisar?!” – Pergunta Lorenzo ao se deparar com o chão de terra molhada.
Ele ainda resiste com uma pequena aflição de sentir o pé na superfície arenosa. Mas, mesmo assim, queria explorar o que há ali. Lorenzo começou a nadar nas pontas pelo calcanhar, até se sentir seguro em traçar aquele caminho. A bacia colocada no fundo do quintal cheia de água foi o que o convidou para colocar, aos poucos, colheres de areia e terra. Ainda em pé, sem se sentar no chão, usava a colher de pau e mexia os “ingredientes” e a mistura ganhou uma cor marron, barrosa.
Algumas bolinhas são somadas a brincadeiras e ele fazia com que a colher fosse um apoio para tirá-las e colocá-las novamente dentro da bacia.
O movimento circular foi repetido várias vezes, até ele preferir andar pelos tocos de madeira evitando o chão de terra. Idas e vindas até o galinheiro, observar o que os amigos faziam, tocar no chão de cima dos tocos evitando o contato com os pés na terra. Para ele, familiarizar-se com esse espaço levou tempo, mas fez parte de descobertas e do desenvolvimento de cada criança. Nosso papel é proporcionar vivências nesse espaço, conhecer novos elementos e viver o brincar livre como direito da criança.
Mini-história: Joaquim
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Joaquim encontra sementes no chão, começa a juntá-las num cantinho, mas percebe que a terra esconde muitas outras, então ele separa uma panela para poder coletá-las. O olhar atento busca, uma a uma, as sementes pelo chão, ele as recolhe e coloca na panela.
Com cuidado, ele lava as sementes com muito barro numa poça ali perto. A professora o questiona:
–Vocês está colhendo sementes?
–Sim! – ele responde com os olhos ainda voltados para a terra – elas serão meus ingredientes. Eu gosto de sementes…
A busca por mais utensílios de cozinha fazem com que ele inicie sua brincadeira de cozinhar, usando as sementes que coletou. A bacia ajuda a trazer água para um buraco perto dele, a panela agora parece pequena para sua receita, então ele busca uma maior e despeja as sementes dentro dela.
Com a escumadeira, ele tenta trazer o líquido da poça até a panela. Ele parece frustrado, a água escorre pelo vão e não consegue encher a panela.
–Ah… – diz ele desanimado.
–Talvez essa não funcione porque tem furos, tente outro objeto. – Sugere a professora.
Ele busca com o olhar ao redor e testa algumas possibilidades dando sua opinião, tenta a colher de pau.
–Essa vai demorar muito…
Em seguida, ele resolve usar uma peneira. Essa parece dar certo, mas a água escoa rápido também, deixando dentro apenas a lama grossa. Mas percebemos que surge uma ideia e ele busca a concha:
–“ Perfeito!” ele exclama.
A concha sobre a peneira derrama a água que “filtra” a lama permitindo que apenas o líquido entre na panela. Ele repete o movimento várias vezes e observa sua receita. Parece satisfeito. A panela está cheia, cheia de descoberta, de vivência e de imaginação. Assim, Joaquim brinca, mexe sua receita e sente o prazer de estar livre para brincar.
Mini-história: Lorena
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Lorena pisa no chão molhado de barro, mas não quer se sujar, a areia gruda nos pés e ela os observa.
– Pode sujar? – ela pergunta ainda receosa.
A professora incentiva.
– Pode brincar, nãotemproblema se você se sujarenquantobrinca.
Ela parece aceitar, olha de longe os amigos sentarem na lama e cozinharem uma papinha de brincadeira, mas não parece confortável em estar ali. Opta pela mesma ideia de cozinhar algo, mas prefere ir até o tanque de areia.
Com a ajuda de uma panela, pega um punhado grande de areia, mas a areia que gruda nas mãos e nos pés a incomodam. E ela busca o que coletou para o lado de fora do tanque, e ali coloca uma quantidade num pratinho arrumando com a colher de pau.
– Tô fazendocomidinha. – diz ela para a professora.
– Hum, parecegostoso, o que é?
–Comida, mas de mentirinha, vocênãopode comer de verdade.
Fica por longos minutos representando o cozinhar num jogo simbólico.
A brincadeira continua, desta vez ela traz para um cantinho e diz que ali é seu fogão. A pequena chaleira vai se enchendo de areia.
– Tô fazendochá. – Diz ela enquanto coloca as colheradas de areia e a tampa.
A professora pergunta:
– Vocêquerágua para fazer o chá?
Ela olha ao redor, a água parece a incomodar quando misturada na areia.
– Não, elavaigrudar. – diz ela em resposta.
– Estábem, entãovocêqueroutracoisa para ajudar no chá?
–Não, esse é o açúcar. – comenta ela ao colocar mais conheradas de areia dentro da chaleira.
A panelinha ao lado também ganha sua porção e, assim, ela vai criando um ambiente lúdico de cozinha. Sua imaginação voa longe, ela gosta de manusear e faz do momento algo muito rico, simbolizando uma brincadeira.
Mini-história: Isabella, João, Kelvyn e Lorenzo P.
O quintal traz para as crianças o desejo e a ansiedade em investigar o novo espaço dentro do cotidiano na escola. Com pés descalços, cada criança busca aquilo que a interessa, são muitos materiais, mas o elemento terra é o que os seduz.
A professora havia separado os objetos para serem usados neste momento, tornando-se ferramentas para este brincar. Pés sentem a temperatura da terra molhada, mãos tocam o chão sentindo a textura.
Isabella pergunta se pode sentar –se no chão e os demais se rendem ao prazer de sentirem-se à vontade no espaço.
Explorando a terra, buracos surgem no chão na busca por coletar material para brincar, as crianças se espalham, mas se unem em pequenos grupos dividindo tarefas.
Muito curiosa para explorer, Isabella pede a bacia emprestada de um amigo. Ela observa a grande poça de lama no chão, quer se sentar na
poça, mas fica desconfortável… a bacia passa a ser um bom barco. Na imaginação ela avisa os amigos:
– Estounavegando!
Os amigos sorriem. Kelvyn chega perto da poça e percebe que não parece tão funda para um barco. As mãos submersas na lama
sentem a temperatura.
–A lama estáfriaembaixo, mas quenteemcima. – percebe ele, levantando as calças para cima, evitando sujar na lama.
João se aproxima com colheres de pau e um copo plástico.
João demonstra muita intimidade com a lama, senta-se com um copo e colhe um pouco dela, observa o movimento, o peso… Então, surge a ideia e ele pede à amiga:
– Isa, vamos fazer de conta que a bacia é uma panela, vamos fazer uma grande receita.
A amiga concorda e Kelvyn entra da brincadeira trazendo com outra bacia com areia, mais água, lama para que a receita vá tendo mais consistência.
A lama se torna algo bem convidativo, as crianças começam a formar pares na brincadeira.
Lorenzo, então, sugere que mexam para misturar mais, e acaba por buscar algumas pedrinhas para incrementar a receita.
– Vamos cozinhar num forno para ficargostoso– diz Lorenzo aos amigos. Todos concordam com a ideia e juntos se organizam para levar a pesada bacia até um local que seria o forno.
” A união faz a força”, foi essa a frase que se encaixou perfeita naquele momento. A ideia de um amigo uniu à vontade de criar e, juntos, cada um contribuiu, como também uniram forças para levantar a bacia.
Nesta parceria, o grupo de amigos se organizou para que ninguém fosse mais rápido que o outro e conseguissem mover a pesada bacia com a receita feita por eles.
Momento de muita troca e cooperação entre o grupo!