Em uma tarde quente o grupo do G4B teve a oportunidade de se refrescar e explorar o universo do brincar. Conforme as crianças se envolveram na brincadeira, novas descobertas foram surgindo de maneira espontânea. Cada uma buscou a melhor forma de dar banho nas bonecas, explorando a relação de cuidado que existe entre pais e filhos, mas também usaram a criatividade criando novos penteados.
Os carrinhos também fizeram parte da diversão, passaram por um “lava-rápido” improvisado que os deixavam bem limpinhos, mais rápidos e prontos para grandes corridas.
O brincar, além de ser uma atividade prazerosa, promove a construção de novos conhecimentos, fortalece vínculos e a colaboração entre as crianças. Uma tarde que, apesar de parecer comum, foi vivenciada com a intencionalidade e leveza que só o brincar é capaz de proporcionar.
“Ao brincar, a criança assume papéis e aceita as regras próprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda não está apta ou não sente como agradáveis na realidade”.
As crianças da turma do Tigre se apropriam das letras do alfabeto e dos nomes dos colegas do grupo, e nesta proposta, foram convidadas para registrarem seus nomes de forma diferente, por meio de colagem com elementos naturais.
Cada letra junto a outra foi tomando forma, encantando as crianças durante o processo de construção enquanto percebiam que pedras, galhos, folhas podiam formar letras, algo que deixou a vivência ainda mais significativa.
Durante o fazer, elas exploraram quais elementos se assemelham mais com partes das letras, e enquanto testavam as possibilidades, iam se encantando…
Arthur “Fica lindo assim!”
Apollo “Olha que legal, minhas letras”
Antonella “Vou usar folhas, pra deixar meu nome colorido”
Bernardo “Esse é meu nome mesmo!”
Giovanna “Ficou bem grande!”
Júlia “O meu tá aparecendo, amigos…”
Laura “Eu amei colar!!!”
Maya “Vou misturar pra ficar bem legal”
Theodoro “Vou deixar o meu grande também”
Vinícius “Tá ficando lindo mesmo!”
“Nossa tarefa, em termos de criatividade, é ajudar as crianças a escalarem suas próprias montanhas. O mais alto possível”. (Loris Malaguzzi)
O autorretrato é uma forma de expressão que já faz parte do cotidiano do G4.
Neste projeto, apresentamos artistas que retrataram em suas obras essa forma de manifestação artística tão potente.
Frida Kahlo, Tarsila do Amaral e Pablo Picasso foram referências para as crianças observarem. Desta forma, elas puderam compreender que cada um possui particularidades e passaram a refletir de maneira muito positiva sobre isso. Depois de explorarem tintas, pincéis e argila, elas descobriram que poderiam também recriar seus próprios autorretratos.
Este momento foi muito significativo, a criatividade das crianças é algo que nos surpreende a cada nova proposta, falas e pensamentos surgem de maneira natural:
– Júlia: “Vinícius, seu cabelo é cacheado igual o meu”.
– Vinícius: “Júlia, meu cabelo não é cacheado, é crespo”.
As crianças foram tão precisas em seus registros que deixaram em evidência cada detalhe em suas produções, o cabelo, o formato do rosto, nariz, boca e até o enfeite do cabelo.
– Laura: “Não posso esquecer de colocar a minha tiara de gatinho no meu autorretrato”.
-Antonella: “Meu cabelo é encaracolado e tem a cor dourada”.
Um processo complexo e de reflexões que trouxe para o grupo muitos conhecimentos e aberturas para novas possibilidades. Espero que apreciem estes registros com o mesmo carinho e atenção com que as crianças o produzira
Toda segunda-feira, as crianças do G4B- Turma do Tigre- já sabem, é o dia da roda da fruta!
Um momento muito especial em que as crianças experimentam muitas sensações, sabores e novas texturas. Além de serem muito saborosas, as frutas são essenciais para o desenvolvimento, são fontes de muitas vitaminas e nutrientes e nada melhor que apreciar essa beleza da natureza de uma maneira divertida.
As crianças foram convidadas a um dia de serem os chefes e de preparar delícias para uma degustação diferente. Começamos nossa proposta pensando em cada detalhe, cada um pôde dar suas ideias de como faríamos. No parque da girafa ou na feira Cantareira, como foi dito por Apollo, confeccionamos o chapéu de cozinheiro, montamos a bandeja com as frutas todas cortadas, e não é que conseguimos montar um lindo pássaro feito de abacaxi, laranja, maçã e banana?!!
Também compôs nossa mesa uma deliciosa romã, fruta escolhida por Arthur. Cada “Mini chefe” montou seu palito com as frutas de sua preferência e assim tivemos um momento rico em sabor, alegria e descobertas.
Tudo começou quando fizemos a leitura do livro “Uma dúzia e meia de bichinhos”… borboletas, joaninhas, vaga-lumes e tantos outros bichinhos desfilam pelas páginas desse delicioso poema que celebra as pequenas maravilhas da natureza, com a sensibilidade e olhar carinhoso das crianças da “Turma do Tigre”.
Como pesquisadoras do mundo que são, com lupas nas mãos, fomos em busca de bichinhos pelos espaços da nossa escola, as crianças fizeram muitas observações acerca de onde eles poderiam habitar, já que sabiam que os seres da natureza só vivem bem na natureza.
Pelo caminho, no quintal e nos canteiros da Educação Infantil, refletiram e observaram cada detalhe que encontravam, pelo chão perceberam desde bichinhos quase invisíveis até o formato de diferentes pedras.
Para iniciar esta pesquisa, foi uma tarde deliciosa e de muitas trocas bacanas e aprendizagens, além disso, as crianças tiveram a oportunidade de explorar outros espaços pouco frequentado por eles, como a rampa de acesso para o 1° ano e um lindo jardim logo na entrada para o Ensino Fundamental. Ali também habitam bichinhos, como insetos e pequenas aranhas, já que nossa escola é ao lado da Serra da Cantareira e esses seres estão aqui por perto.
Com a lupa as crianças ampliam o olhar para as “pequenezas” das coisas da natureza e maravilham-se compartilhando conosco este olhar genuíno de criança:
Vinícius – ” Nossa, a lupa deixa tudo muito grande”
Maya – “Olha prô, alguns bichinhos são muito pequenininhos…”
Arthur – ” Olha, olha…Achei uma joaninha!!!”
“Quando as aves falam com as pedras e as rãs com as águas – é de poesia que estão falando”.
Brincadeiras no parque são essenciais para o desenvolvimento infantil, promovem habilidades motoras, sociais e cognitivas enquanto a criança explora e interage com os pares.
Nosso quintal aqui na escola é um dos ambientes favoritos das crianças, pois além de ser um lugar de grandes descobertas, elas podem criar e recriar suas histórias com as mais variadas possibilidades.
Em um dia ensolarado, chegamos animados para brincar, ao perceber os vários brinquedos espalhados pelo quintal , Apollo e Arthur tiveram uma ideia, abrir um restaurante de frutos do mar.
Apollo – “Prô, você gosta de peixe? Vou preparar para você”.
“Em volta do nosso restaurante precisa ter uma rua com prédios”, disse Arthur.
Bernardo e Theodoro ouviram o diálogo e decidiram participar da construção de uma grande cidade, não existe restaurante no meio do nada, temos que fazer construções, disse Bernardo.
E em seguida começaram a produções para a construção dessa cidade, muitos prédios, casas e até escolas surgiram ali no quintal, as folhinhas achadas pelo caminho viraram ingredientes para uma deliciosa sopa.
Maya – “Quero que todas as crianças do mundo visitemnosso restaurante”.
Laura – “A branca de neve veio visitar nosso restaurante!!!”.
Neste momento, Antonella muito entusiasmada com a ideia de uma princesa estar no restaurante, disse: “Precisamos cozinhar muitas coisas gostosas”.
Julia pensou em algo que ninguém havia pensado antes…
” Gente, nosso restaurante precisa de um nome”.
Neste momento o silêncio tomou conta de todos, até que Vinícius disse “Restaurante do tigre”. A ideia foi aceita por todos, já que o nosso grupo se chama Turma do Tigre.
E assim surgiram muitas comidas gostosas em um ambiente preparado especialmente pelas crianças. Uma vivência de trocas e interação com o outro, com o espaço e com as ricas possibilidades de aprender!
“Na interação com os seus pares e com os adultos, a criança vive experiências de atenção pessoal e outras práticas sociais, aprende a se perceber como “eu”, alguém que tem desejos, concepções e interesses próprios, que considera um “outro” também com desejos e interesses próprios e tomam consciência do “nós”, ampliando o seu olhar para um ambiente social que inclui culturas e lugares em que há pessoas que têm costumes semelhantes ou diferentes dos seus”.
Ao transitarmos pelos espaços da escola, surgiu um encontro inesperado e encantador … um macaco no quintal!
Ao observarem, muitos questionamentos começaram a surgir e as crianças questionavam e discutiam entre si:
“De onde ele veio?”
“Ele não tem casa?”
“Que macaco é esse? Será que é um gorila bebê?”
“Ele come só fruta?”
“Como ele chegou na nossa escola?”
A partir das perguntas e observações das crianças, iniciamos uma nova pesquisa.
Neste contexto de pesquisa, nossa escuta sustentou as investigações e curiosidades das crianças, em seguida as discussões no grupo foram valiosas para que, enfim, elas criassem teorias para aquilo que desejavam saber mais.
Neste processo, as experiências seguintes, como registro de observação, foram planejadas para que as intenções educativas fossem revertidas em aprendizagem e desenvolvimento. Além disso, o prazer da descoberta que torna a infância a mais bela poesia!!!
No mês de agosto, mês do Folclore Brasileiro, um personagem muito querido e bagunceiro despertou a curiosidade das crianças do G4B da professora Paula: o Saci!
A partir das rodas de leitura e conversa, ampliamos os conhecimentos do grupo sobre os personagens deste gênero textual fundamental na nossa cultura e, neste contexto literário, descobrimos que o menino preto e alegre era muito brincalhão e gostava de pregar peças.
“Desde cedo, a criança manifesta curiosidade com relação à cultura escrita: ao ouvir e acompanhar a leitura de textos, ao observar os muitos textos que circulam no contexto familiar, comunitário e escolar, ela vai construindo sua concepção de língua escrita, reconhecendo diferentes usos sociais da escrita, dos gêneros, suportes e portadores”. (BNCC- Escuta, fala, pensamento e imaginação)
O universo da imaginação tomou conta do grupo, assim, a fantasia de que o Saci Pererê poderia estar pela escola. A suspeita causou muita empolgação no grupo que estava disposto a capturá-lo!
A professora propôs para o grupo a construção de um plano a partir de algumas pesquisas sobre as características do Saci, o que era preciso para caçá-lo e como perceber sua presença. Em meio a esses momentos, recebemos a sua visita na sala. O que gerou mais empolgação e o desejo do enfrentamento de sentimentos como o medo, causado pelo suspense de onde ele poderia estar escondido.
O grupo do G4 B sugeriu uma caçada pela escola e se prepararam com todos os recursos necessários:
A peneira!
– Uma garrafa vazia!
MARTIN sinaliza um elemento importante para esse momento:
-“Espera! A gente precisa de uma bolsa pra levar, se não ele vai perceber!”
FABRÍCIO afirma:
“É a bolsa!”
Murilo: “É porque se ele vê, ele vai fugir, ele é muito esperto!”
Passamos por todos os espaços coletivos e perguntávamos para as turmas que encontrávamos no percurso. Pequenos sinais apareciam e a convicção de que o Saci estava entre nós só ia aumentando. Até uma possível aparição.
LARA:“ENCONTRAMOS UMA PISTA!!! A pedrinha e olha a bola”
BERNARDO:”Só pode ser o Saci, a bola está estragada!”
ISADORA:“ É isso… Só pode ser o Saci!”
ANTÔNIO: “EU VOU PEGAR ELE! Eu sou rápido. Ele tá mesmo fazendo bagunça!”
Ao final da procura, vem a surpresa, ele é rápido mesmo! Não encontramos…
VALENTIM destaca uma excelente ideia:
“Vamos pedir para as outras turmas ajudar a gente?! Também para o 1ª ano que meu irmão tá lá!”
THÉO: “ É com os amigos a gente vai ser mais rápido e ele não vai escapar!”
O grupo se anima, então preparamos um registro, para ilustrar e contar a todo Infantil os acontecimentos e se poderiam nos ajudar nessa caçada. Com os desenhos em mãos o Grupo sai pela escola disposto a avisar e convidar a todos.
MATHEUS anuncia: “Pessooaaal é o Saci!”
MANUELLA : “ A gente quer ajudar pra pegar ele. Encontramos só as pistas e ele é muito rápido!
ABNER: “ Ele tá aqui na escola! A gente nem conseguiu vê. Só as pistas.”
LAVÍNIA: “Podem ajudar a gente?”
Agora toda a escola estava sinalizada e, em meio aos encontros nos corredores e espaços, os grupos se comunicavam e apenas os sinais no Saci apareciam.
Até que, o G4 teve uma grande ideia, uma estratégia: atrair o Saci com um convite para uma brincadeira em nosso espaço preferido!
MURILO: “ E se a gente chamasse ele pra uma bagunça? Acho que ele ia vir!”
GUSTAVO: “ É… ele ia vim mesmo!”
LORENA : “ Acho melhor pra uma brincadeira, ele ia gostar mais!”
ALICE: “ O QUINTAL!”
Assim, produzimos a escrita coletiva de um convite para uma brincadeira no quintal, com dia e horário para nos encontrarmos.
O convite foi feito. Para nossa surpresa, o Saci apareceu na escola de manhã no dia do convite, mas a euforia foi tanta que esqueceram a garrafa aberta, agora só o grupo da tarde para nos ajudar e dar um jeito nessa situação!
Comunicamos novamente aos demais grupos e todos nos juntamos para esse momento tão esperado. Ao comunicar a turma, era possível ver cada rostinho com uma expressão de surpresa diferente, misturada com a curiosidade do “e agora”?
Combinamos com todos os grupos e a animação estava certa!!! Com tudo pronto saímos para caçá-lo! Por onde passávamos, uma pista do Saci estava lá.
“Na Educação Infantil, é importante promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir, potencializando sua participação na cultura oral, pois é na escuta de histórias, na participação em conversas, nas descrições, nas narrativas elaboradas individualmente ou em grupo e nas implicações com as múltiplas linguagens que a criança se constitui ativamente como sujeito singular e pertencente a um grupo social”. (BNCC- Escuta, fala, pensamento e imaginação)
Ao longo do primeiro semestre, as crianças do G4B desbravaram o espaço do quintal e, neste espaço tão familiar, conheceram alguns bichinhos que residiam ali.
Para este grupo de crianças curiosas e exploradoras, cada encontro com algo inusitado era sempre um grande acontecimento, por isso, tudo se tornava pesquisa. O toque, o olhar atento e essa curiosidade que é natural da infância foram importantes para que, ao passar dos dias, elas guardassem memórias e, sempre que se lembravam, questionavam a professora:
“Prô, não que era um grilo mesmo aquele dia no quintal? Ele pulava muito alto! Só a cor que era diferente, mas ele não era outro bichinho, era um grilo!”
“A Libélula apareceu no quintal também porque ela voa onde tem planta! Pera, mas ela come o bichinho, não é?”
“Uau, era um lagarto no quintal, eu tenho certeza! Ai, mas lagartixa é um lagarto também?”
Foi um percurso de muitas descobertas ao transitarmos pela escola e as crianças irem construindo conhecimento de mundo através do espaço que habitam.
Percebemos então, que poderíamos ampliar essa pesquisa e compartilhar com os outros grupos da escola todos os bichinhos que conhecemos. A professora propôs:
“Podemos fazer um INSETÁRIO, recolher e expor os bichinhos que encontramos já sem vida. Pesquisamos e disponibilizamos as informações… o que acham?”
O grupo vibrou e, antes do início das Férias, iniciamos nossa produção com muito desejo e curiosidade. Nos aguardem para o próximo semestre com muita descoberta, informações surpreendentes e trocas de saberes.
As rodas de leituras na Educação infantil são momentos únicos e potentes e um convite para as crianças se conectarem com o mundo da literatura e da imaginação.
A partir da leitura da história “Zekeyê vai à escola”, o grupo do G4 B da professora Paula conheceu as aventuras de um menino da cultura africana em um percurso diário até a escola e, a partir das primeiras percepções, surgem as falas:
“Ainda bem que ele sabia o caminho!”
“Eu sei o caminho da minha casa também, mais precisa passar na frente do bombeiro…”
“EU TAMBÉM! A gente mora perto então, mas na minha tem a casa amarela também!”
Observamos que as crianças atentaram às referências, ao espaço geográfico ao redor, à distância em sua rota diária. Então, a professora os convidou para uma roda de conversa sobre esse trajeto e logo surge o convite para que registrassem esse percurso assim como Zekeyê.
Mãos na massa (e na canetinha) para este registro que traz a percepção individual de cada criança dos espaços geográficos na caminhada de casa até a escola ou ao sair de casa e observar pela janela do carro.
O resultado é sempre rico, com registros e narrativas únicas e cheias de significado para esta turma tão potente!!!
“A prova do sucesso da nossa ação educativa é a felicidade da criança”.