O processo de florescer

O projeto Florescer, Amar e Cuidar foi conduzido pelos alunos voluntários do 7º ano, com coordenação da psicóloga escolar Rosângela Bernardes e parceria do professor de geografia Eric Morais. O objetivo final era recuperar a praça Aníbal Gomes, que fica nas cercanias da escola. Mas, as experiências e aprendizados ultrapassaram o imaginado.

A psicóloga Rosângela concorda e diz que sua função é observar e dar autonomia para que os alunos façam questionamentos e busquem soluções. “É sempre muito bonito observar os alunos, o amadurecimento que um projeto como esse propicia, o trabalho em grupo, o importar-se com o outro”, diz.

Ao longo desse processo, os estudantes realizaram diversas investigações e à medida que surgiam novas descobertas e possibilidades, se mostravam mais interessados no projeto. Por se tratar da intervenção em um espaço público e coletivo, todos os passos foram criteriosos e a escola contou com parcerias técnicas fundamentais para que o projeto começasse a tomar forma.

A primeira etapa foi uma roda de conversa com a ex-aluna e hoje estudante de Gestão Ambiental na USP, Débora Freitas. Ela buscou sensibilizar os alunos sobre a importância do meio ambiente, explicando que a dissociação feita entre homem e natureza acarreta diversos problemas para a humanidade. “Foi um dia muito bonito, que trouxe muitas reflexões para os estudantes”, lembra Eric. 

Os alunos, então, foram à campo para fazer medições na praça, entrevistar moradores para conhecer a história do espaço e fazer o levantamento das espécies vegetais presentes no local. A coleta de espécies gerou um herbário. As entrevistas inspiraram os alunos a produzirem materiais de conscientização que foram entregues nas residências próximas à praça.

Outro aspecto importante detectado pelos alunos foi a ausência da praça Aníbal Gomes no Google Maps. “É muito importante que os espaços públicos sejam nomeados e reconhecidos, para que possam ser preservados e valorizados”, explica o professor Eric. Pensando nisso, o grupo de alunos providenciou a nomeação da praça na ferramenta e ainda pesquisou outros espaços coletivos na região. Descobriram que, diferente da maior parte da cidade, a região da escola é privilegiada, já que é próxima de muitas áreas verdes e de áreas de proteção da Mata Atlântica.

No segundo semestre, a arquiteta e paisagista Raquel Leite de Almeida (que é também tia de alunos Cantareira) fez uma oficina, na qual ouviu as ideias e expectativas dos alunos, falou sobre modelos de paisagismo e de intervenção no espaço público. Também discutiram as espécies mais adequadas para o espaço, considerando a incidência do sol, clima e circulação de pessoas.

E, assim, no final do semestre, os voluntários de 7º ano colocaram a mão na massa. Limparam a praça, retiraram o lixo, eliminaram os matos e plantaram as novas espécies. Foi um dia de muito trabalho, mas também de sentimento de realização e pertencimento. O projeto ainda não está totalmente concluído, os alunos ainda planejam incluir novos bancos, placas e plantas, mas a Pedra Branca já pode contar com um espaço mais agradável e convidativo e nossos alunos com aprendizados valiosos para além da sala de aula. 

Fotos: Nathy Braga (Colégio Cantareira) e Eric Morais

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